Na data de 9 de junho é comemorado o dia do tenista. Este esporte se tornou muito popular no Brasil, a partir dos anos 1990, quando Gustavo Kuerten, o Guga, fez sucesso conquistando diversos títulos mundiais.
No entanto, este também é um esporte que exige muita coordenação motora, agilidade, força e resistência e, por isso, pode gerar lesões em alguns praticantes.
A seguir, explico melhor quais são as principais lesões na prática do tênis e como o tenista pode se prevenir.
Principais lesões na prática do tênis
As lesões mais comuns no tênis são as que afetam as articulações, os tendões, os músculos e os ligamentos das regiões do ombro, do cotovelo, do punho, do joelho e do tornozelo.
Essas lesões podem ser causadas por fatores como o excesso de treinamento, a falta de aquecimento, a má técnica, o uso de equipamentos inadequados ou o desgaste natural das estruturas corporais.
Geralmente, quando falamos das principais lesões na prática do tênis, costuma-se separar em dois grupos:
- Lesões por sobrecarga ou treinamento excessivo (overtraining).
- Lesões traumáticas.
As lesões por sobrecarga representam cerca de ⅔ do total de lesões na prática do tênis, sendo vistas principalmente em iniciantes, ocasionadas pela execução incorreta dos movimentos.
Estudos sobre lesões em tenistas
Em 2012 foi divulgado o resultado de um estudo que analisou todas as lesões ocorridas em tenistas que participaram do US Open entre 1994 e 2009.
Lesões musculares foram as mais frequentes, sendo os membros inferiores (tornozelo, joelho e pé) mais acometidos do que os superiores e tronco.
Um estudo brasileiro, realizado com 160 tenistas amadores, também trouxe conclusões parecidas.
Um dado interessante é que apenas 23,8% dos tenistas não relataram nenhum tipo de lesão durante a vida competitiva, mostrando que, realmente, é importante pensar na prevenção para evitar lesões na prática do tênis.
Principais lesões de mãos e punhos na prática do tênis
Apesar das lesões mais comuns serem musculares e em membros inferiores, as lesões de mãos e punhos também têm incidência e costumam incomodar bastante, pois prejudicam não apenas a prática do esporte, mas também ações comuns do dia a dia, como abrir portas, segurar objetos, digitar em celulares e computadores, etc.
Dentre as principais lesões de mãos e punhos na prática do tênis podemos citar 3: Lesão da fibrocartilagem triangular, lesão no gancho do hamato e síndrome de De Quervain.
Lesão da fibrocartilagem triangular
A lesão da fibrocartilagem triangular (TFCC) costuma acontecer bastante em tenistas e outros praticantes de esportes que utilizam tacos e raquetes, pois durante o movimento de rotação do punho, ocorre um estiramento ligamentar, que, em casos crônicos pode levar a lesão.
Os movimentos frequentes fazem com que os ligamentos que compõem a fibrocartilagem triangular sofram um estiramento, que pode ser seguido de ruptura, gerando inflamação, edema, dor intensa e limitação dos movimentos da mão, principalmente o de prono-supinação.
Lesão no gancho do hamato
O hamato é um pequeno osso em forma de gancho que se projeta na palma da mão, na região abaixo do dedo mínimo.
Como a ponta da raquete costuma se apoiar neste osso, é possível ter uma fadiga óssea por compressão crônica ou até mesmo fratura de stress no gancho do hamato, o que pode causar dor, limitação de movimentos e até compressão do nervo ulnar, que passa nesta região próxima ao hamato.
Síndrome de De Quervain
A síndrome de De Quervain é um processo inflamatório (tendinite) que ocorre no retináculo, estrutura que recobre os tendões do primeiro compartimento extensor (o abdutor longo e o extensor curto do polegar), devido ao aumento do atrito neste local.
Esta patologia pode ser causada devido aos movimentos repetitivos de flexão e rotação do punho e sobrecarga no polegar pelo uso da raquete.
Como o tenista pode se prevenir de lesões
Para se prevenir de lesões na prática do tênis, o esportista deve seguir algumas recomendações básicas:
- Realizar um aquecimento adequado antes de iniciar a prática, incluindo exercícios de alongamento e mobilidade articular.
- Escolher uma raquete que se adapte ao seu nível de habilidade, ao seu estilo de jogo e às suas características físicas, como peso, altura e força.
- Utilizar calçados apropriados para a superfície da quadra, que ofereçam amortecimento e estabilidade para os pés e os tornozelos.
- Ajustar a tensão das cordas da raquete de acordo com a sua preferência e as condições climáticas, evitando cordas muito tensas ou muito frouxas.
- Aperfeiçoar a sua técnica de golpes, procurando um profissional qualificado que possa corrigir os seus erros e orientar os seus movimentos.
- Respeitar os seus limites físicos e mentais, evitando exagerar na frequência, na intensidade ou na duração dos treinos e das partidas.
- Descansar adequadamente entre as sessões de tênis, permitindo que o seu corpo se recupere e se regenere.
- Hidratar-se bem antes, durante e depois da prática, ingerindo líquidos isotônicos ou água.
- Alimentar-se de forma equilibrada e saudável, fornecendo ao seu organismo os nutrientes necessários para o seu desempenho e a sua recuperação.
- Realizar exercícios complementares que fortaleçam os músculos e os tendões envolvidos no tênis, como abdominais, flexões, agachamentos e elásticos.
- Procurar um médico ou um fisioterapeuta em caso de dor ou desconforto persistente nas articulações ou nos músculos.
Qual médico procurar em caso de dores nas mãos e punhos durante a prática do tênis?
Se você está sentindo dores e incômodo nos punhos e mãos durante a prática do tênis, é essencial procurar rapidamente a ajuda de um médico ortopedista especialista em cirurgia da mão e microcirurgias.
Evite automedicação e não adie o tratamento, pois isto pode causar um agravamento da lesão. Quanto antes se tratar, mais cedo poderá voltar a praticar tênis, sem dor e sem desconforto.
Em caso de dúvidas, fale comigo e marque sua consulta! Vamos juntos reestabelecer seus movimentos e voltar para a prática do esporte, melhorando sua qualidade de vida!
