Se você percebeu que alguns dedos da sua mão começaram a ficar endurecidos, com nódulos ou até mesmo começaram a encolher em direção à palma, é importante entender que isso pode ser um sinal da Doença de Dupuytren.
Como especialista em cirurgia da mão e microcirurgia, vamos explicar de forma clara tudo o que você precisa saber sobre essa patologia, para que você possa tomar as melhores decisões para a sua saúde das suas mãos.
O que é a Doença de Dupuytren?
A Doença de Dupuytren é uma alteração na fáscia palmar, que é uma camada de tecido fibroso que fica logo abaixo da pele da palma da mão. Essa doença faz com que essa fáscia fique espessada e enrijecida, formando nódulos e cordões que puxam os dedos em direção à palma da mão, dificultando a abertura da mão.
Pode acometer todos os dedos, mas especialmente os dedos anelar e mínimo.
Quais são os sintomas e como identificar a Doença de Dupuytren?
O sinal inicial mais comum é o aparecimento de pequenos nódulos firmes na palma da mão, que podem ou não causar dor. Com o tempo, esses nódulos podem evoluir para cordões fibrosos que retraem os dedos, impedindo que eles se estiquem completamente, o que chamamos de contratura.
A dificuldade para abrir a mão e realizar tarefas simples, como apertar a mão de alguém, segurar objetos ou até colocar a mão no bolso, são sintomas que devem alertar para a necessidade de avaliação médica.
Então, fique atento se tiver sintomas como:
- Aparecimento de pequenos nódulos firmes na palma da mão
- Formação de cordões fibrosos que puxam os dedos para dentro
- Dificuldade para esticar completamente os dedos, especialmente o anelar e o mínimo
- Sensação de endurecimento ou espessamento na palma da mão
- Perda de mobilidade dos dedos
- Dificuldade para realizar atividades cotidianas, como apertar a mão, segurar objetos ou colocar a mão no bolso
Figura: Espessamento da fascia palmar, estágio inicial da Doença de Dupuytren. Fonte “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Figura: Nódulos dorsais nos dedos. Fonte “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Figura: Contratura de Dupuytren. Fonte: “Pardini – Lesões Não Traumáticas da Mão, 2ed”.
Quais são as causas e fatores de risco?
Embora ainda não se conheça completamente a causa exata da Doença de Dupuytren, sabemos que ela tem componente genético associado e é mais comum em pessoas com ascendência do norte da Europa.
Além disso, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver a doença, como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, diabetes, epilepsia e idade avançada. Homens são mais acometidos que mulheres, e a doença costuma se manifestar a partir dos 40 anos.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da Doença de Dupuytren é basicamente clínico, ou seja, feito através da avaliação detalhada da mão e do relato dos sintomas pelo paciente. É realizado um exame cuidadoso para identificar os nódulos, os cordões fibrosos e medir a amplitude de movimento dos dedos.
Exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser solicitados em casos específicos para avaliar a extensão da fibrose, mas geralmente não são necessários.
Figura: Acometimento da fascia palmar do 4 e do 5 dedos, levando à formação dos cordões. Fonte “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Quais são as opções de tratamento disponíveis?
O tratamento depende do estágio da doença e da limitação funcional que ela está causando. Nos estágios iniciais, quando os nódulos ainda não causam deformidade, o acompanhamento clínico é indicado para monitorar a evolução.
Quando já há contratura dos dedos que prejudica a função da mão, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A cirurgia visa remover ou liberar os cordões fibrosos, permitindo que os dedos recuperem a mobilidade.
Em algumas situações, técnicas minimamente invasivas podem ser usadas, sempre respeitando a individualidade do paciente e buscando o melhor resultado funcional.
Figura: Exemplo de incisões cirúrgicas realizadas. Fonte: “Pardini – Lesões Não Traumáticas da Mão, 2ed”.
Figura: Visão cirúrgica dos cordões. Fonte: “Pardini – Lesões Não Traumáticas da Mão, 2ed”.
Figura: Fasciectomia com dissecção do feixo neuro vascular ao redor do cordão. Fonte “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Figura: Fasciotomia percutânea com agulha. Fonte “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Quando é indicado procurar um especialista?
Se você percebe os primeiros sinais da Doença de Dupuytren ou já sente dificuldade para esticar os dedos, recomendo não adiar a consulta com um especialista em cirurgia da mão. Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença para preservar a função da sua mão e evitar complicações.
Em meu consultório, faço uma avaliação detalhada, explico todas as possibilidades de tratamento e respondo todas as suas dúvidas de forma clara. Trabalho com foco na recuperação da funcionalidade e qualidade de vida, sempre respeitando o ritmo e as necessidades de cada paciente.
Agende sua consulta comigo, Dr. Erick Yoshio, e vamos juntos cuidar da sua saúde com profissionalismo, empatia e atenção personalizada. Seu bem-estar é prioridade!