O nome pode ser complicado e raro de se ouvir: tenossinovite estenosante dos flexores dos dedos. Porém, esta é uma das patologias mais comuns que acometem as mãos e dedos, conhecida popularmente como “dedo em gatilho”.
Esta doença é caracterizada pela dificuldade na flexão ou extensão dos dedos, inclusive tendo alguns casos onde o paciente não consegue realizar os movimentos, deixando assim, o dedo em uma posição de “gatilho”, de onde surge o nome popular desta patologia.
A seguir, você vai entender melhor o que é o dedo em gatilho, como ele é causado, quais sintomas e tratamentos necessários para que as dores aliviem e os movimentos voltem ao normal.
O que é o “dedo em gatilho”?
A tenossinovite estenosante dos flexores dos dedos, conhecida como dedo em gatilho, é uma patologia que causa dor no trajeto dos tendões flexores e dificulta a flexão ou extensão dos dedos, podendo ocasionar o travamento do movimento.
Quando um dos tendões que flexiona o dedo se inflama ou incha, geralmente gera uma área redonda e elevada (nódulo) na palma da mão, causando dor na região palmar e na base do dedo, principalmente quando ele é flexionado ou estendido.
Esta patologia é mais comum em pessoas com artrite reumatoide, diabetes e que fazem diversos movimentos repetitivos com as mãos, como trabalhadores manuais, por exemplo.
A seguir, listamos os graus de evolução da doença:
- Grau I (pré-gatilho) – dor e edema sobre a polia A1 (base dos dedos), porém sem bloqueio.
- Grau II (ativo) – bloqueio presente, no entanto o paciente consegue estender o dedo ativamente.
- Grau III (passivo) – bloqueio presente, porém o paciente não consegue estender o dedo ativamente, necessitando auxílio da outra mão (grau III A) ou incapacidade de flexionar ativamente (grau III B).
- Grau IV (contratura) – contratura fixa do dedo.
Principais sintomas do dedo em gatilho
Os principais sintomas que indicam o surgimento do dedo em gatilho são desconfortos nas bases dos dedos, na palma da mão e/ou no polegar. Nessas áreas pode, inclusive, sentir um nódulo, que pode ser doloroso ao tocar.
O dedo acometido por essa patologia pode apresentar um edema, aumentando de volume, limitando, inclusive, a sua movimentação e causando dor no trajeto dos tendões flexores.
O surgimento de um nódulo no sistema de polias e o desenvolvimento da doença podem culminar em um travamento dos dedos na posição de flexão ou de extensão, a ponto de gerar incapacidade para pegar e manusear objetos.
Os dedos que podem ser mais acometidos com esta condição são os polegares, dedo médio e anular, podendo também estar presente em ambas as mãos.
Os sintomas do dedo em gatilho tendem a serem sentidos mais facilmente pela manhã, visto que o edema piora durante a noite por conta da inatividade manual e da reorganização dos líquidos no corpo.
Possíveis causas
As atividades manuais, sejam profissionais ou esportivas, que requerem movimentos muito repetitivos, que submetem a uma vibração ou impacto intenso, ou que exercem uma pressão forçada sobre mãos e dedos, podem aumentar o risco do surgimento de tenossinovite estenosante dos flexores dos dedos (dedo em gatilho).
Por isso, é muito importante garantir que as ferramentas e acessórios utilizados em atividades profissionais sejam ergonômicos, diminuindo os impactos sofridos nesta região e dificultando o surgimento destas inflamações nos tendões que originam o dedo em gatilho.
Doenças preexistentes como a artrite reumatoide, diabetes, hipotireoidismo, amiloidose e algumas infecções (tuberculose, esporotricose, infecções fúngicas, etc.) também podem facilitar o surgimento da tenossinovite estenosante dos flexores.
Vale lembrar também que o dedo em gatilho é mais frequente em mulheres do que homens, principalmente nos períodos de gravidez, puerpério e menopausa.
Quais tratamentos podem aliviar a dor do dedo em gatilho?
Os tratamentos que podem aliviar as dores e o travamento causados pelo dedo em gatilho dependerão do estágio em que se encontra a doença.
Nos casos mais leves pode ser recomendado sessões de terapia ocupacional, utilizando exercícios e massagens, que servem para fortalecer, manter a mobilidade e aliviar o inchaço e dor nos tendões acometidos.
A seguir listamos algumas medidas paliativas que podem ajudar a aliviar a dor do dedo em gatilho nos casos mais leves:
- Faça repouso de 7 a 10 dias, evitando atividades manuais repetitivas e que necessitem de esforço;
- Considerar o uso uma órtese própria durante alguns períodos, mantendo o dedo sempre esticado;
- Termoterapia com gelo por 5 a 10 minutos no local para aliviar o inchaço durante o dia;
- Passe pomadas anti-inflamatórias com Diclofenaco, por exemplo, para reduzir a inflamação e a dor.
Em alguns casos, onde a dor é muito intensa e o engatilhamento do dedo é mais incapacitante e dificulta a realização de terapia ocupacional, o Cirurgião de Mão pode aplicar infiltrações com anestésicos e corticóides diretamente sobre o nódulo e a polia A1 para diminuir a inflamação, aliviar os sintomas e facilitar o movimento dos dedos.
Também pode ser indicado que o paciente faça uso de anti-inflamatórios (não apenas pomadas), naqueles que não apresentem comorbidades ou contraindicações, visando o alívio dos sintomas.
Não havendo melhoras com o tratamento conservador ou em casos mais graves, o tratamento cirúrgico está indicado. O cirurgião realiza um pequeno corte na mão, para ter acesso e liberar a porção inicial da bainha do tendão (polia A1). Dessa forma, o tendão fica livre para se movimentar, flexionando e esticando normalmente.
Por fim, ao notar qualquer sintoma estranho ou se necessitar qualquer auxílio, fale com um Ortopedista especialista em Mão ou um Cirurgião de Mão.
Você pode, inclusive, falar comigo através do Whatsapp, para tirar suas dúvidas ou marcar uma consulta e, assim, acabar com qualquer incômodo, renovando esta que é uma das partes mais importantes do nosso corpo: as mãos.
