A Polidactilia (do grego, polys=muitos e daktilos=dedos), é uma anomalia genética que causa o crescimento extra numerário de dedos nas mãos ou nos pés.
Está é uma das deformidades congênitas mais comuns e, por isso, deixa os pais com diversas dúvidas: por que ela ocorre? Qual o tratamento? Deve ser feita cirurgia?
O que é Polidactilia?
A polidactilia, conhecida também como dedo extra numérico, é uma má-formação congênita, que provoca a duplicação de um ou mais dedos nas mãos, ou nos pés.
Estes dedos extras, muitas vezes, podem ser pequenos e não funcionais, contendo apenas pele, sem parte óssea. Geralmente não estão totalmente formados, por isso podem não conter ossos ou articulações.
Em geral, a criança que nasce com esta condição não sente dor ou qualquer desconforto.
Tipos de polidactilia
A polidactilia pode ser denomina como pré-axial (do polegar), pós-axial (do dedo mínimo) e central (dos dedos centrais).
A polidactilia pré-axial é uma das deformidades congênitas mais frequentes. Geralmente é uma condição isolada, não associada a síndromes ou outras doenças.
A duplicação do polegar pode ser em qualquer nível, desde a falange distal, falange proximal ou metacarpo, podendo ser também total ou parcial.
A cirurgia para remoção do dedo extra é indicada ainda quando criança, principalmente antes da idade pré-escolar, visando a retirada do polegar menos desenvolvido e reconstrução do polegar mais desenvolvido.
Em casos de duplicações simétricas, outras técnicas de reconstrução podem sem utilizadas, a depender do caso.
A polidactilia pós-axial envolve o dedo mínimo. Neste caso, pode ocorrer uma duplicação completa, envolvendo osso, tendões e musculatura. Também pode ser pediculada, através somente de pele e estruturas neurovasculares, sem conexão óssea.
O tratamento cirúrgico também está indicado, com ressecção do dedo mais hipoplásico e reconstrução do dedo dominante.
Polidactilia pós axial. A: completa e B: pediculada. Fonte: ““Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Raio- X de Polidactilia pós axial com união óssea. Fonte: “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Polidactilia central. Fonte: “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Polidactilia Pré Axial. Fonte: “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Por que a polidactilia ocorre?
A polidactilia pode ser causada por fatores genéticos, sendo passada pelo pai ou pela mãe que possuir o gene autossômico dominante, ou seja, que aparece em todas as gerações da família.
Porém, mesmo que os pais apresentem a condição, não significa que o filho terá de fato a manifestação da polidactilia. Pode ser que ele apenas traga os genes, sem manifestá-los.
Em alguns casos pode ocorrer também em associação a outras síndromes, como síndrome de Greig e a síndrome de Bardet-Biedl.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de polidactilia pode ocorrer ainda durante a gravidez, quando são realizados exames de ultrassom no primeiro trimestre da gestação. Neste momento já é possível notar alguma alteração na formação da mão do feto.
Quando existe a suspeita de polidactilia durante o acompanhamento pré-natal, o médico pode recomendar aos pais a realização de testes genéticos e a pesquisa no histórico familiar, visando identificar a presença de polidactilia e outras síndromes associadas.
Após o nascimento do bebê o diagnóstico é clínico. A solicitação de exame de raio-X avalia se há união óssea entre o dedo extra e o dedo adjacente, o que auxilia o planejamento cirúrgico.
Raio- X de polidactilia do polegar. Fonte: “Greens Operative Hand Surgery 8th edition”.
Qual o tratamento para a polidactilia?
O único tratamento para a polidactilia é cirúrgico, visando a remoção do dedo extra.
Devem ser realizadas cirurgias de polidactilia tanto para os casos em que o dedo extra é somente composto por pele, quanto para os casos em que o dedo extra é completamente formado, com ossos e articulações.
Neste último caso, costuma ser um procedimento cirúrgico mais delicado, que requer a reconstrução de músculos, tendões e de pele, sendo recomendado para crianças já maiores de 1 ano.
O que acontece caso não seja retirado o dedo extra?
Se os pais optarem por não realizar a remoção do dedo extra, não haverá nenhum problema de saúde relacionado diretamente a isso.
Apesar de ser uma anormalidade genética, quando a polidactilia não está associada a alguma outra síndrome mais grave, não há nenhum problema em conviver com o dedo extra.
Em alguns casos, quando os dedos estão muito unidos, com ossos e nervos compartilhados, por exemplo; a cirurgia pode se tornar mais difícil e a reconstrução do dedo dominante pode deixar pequenas alterações estéticas e funcionais.
Por isso, algumas pessoas optam por não realizar a cirurgia e conviver normalmente com a polidactilia.
O único problema, neste caso, pode ser o preconceito decorrente do impacto visual causado por um dedo a mais, principalmente nos primeiros anos da infância.
Quando a criança começa a se relacionar com outras, o dedo extra pode virar motivo para bullying e isso pode impactar negativamente a autoestima e a convivência social.
Neste caso, os pais precisam avaliar cuidadosamente sobre a decisão de realizar ou não a cirurgia, pois isto pode impactar diretamente a vida dos filhos nos primeiros anos de vida.
Onde fazer cirurgia de polidactilia?
Se seu filho ou alguma criança próxima a seu convívio possui polidactilia, é essencial realizar o acompanhamento por um ortopedista especializado em patologias das mãos.
Este profissional poderá dar todo o suporte, avaliando a necessidade de cirurgia e, caso seja fundamental a realização deste procedimento, conseguirá realizá-la com segurança e eficácia.
Com o dr. Erick Yoshio você obterá as informações necessárias para tratar a polidactilia e diversas outras patologias da mão.
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