Hipoplasia do polegar

⁠Hipoplasia do polegar 

A Hipoplasia do polegar é uma condição congênita em que há alguma alteração nas estruturas que compõem o polegar, levando a um tamanho menor, ou mesmo a ausência do polegar. Pode causar algum grau de prejuízo funcional para o bebê e trazer bastante preocupação para os pais e familiares, principalmente quando o bebê nasce com alterações mais graves.  

Entender o que é essa alteração, suas causas, formas de classificação e tratamentos disponíveis é importante para tomar decisões seguras e adequadas para a saúde da criança. 

Como especialista em cirurgia de mão e microcirurgia, quero te explicar de forma clara e simples tudo o que você precisa saber sobre esse tema. 

O que é hipoplasia do polegar? 

A hipoplasia do polegar é uma má-formação congênita que afeta o desenvolvimento do polegar. Ela pode se apresentar de formas muito variadas, desde um leve subdesenvolvimento até a ausência completa do dedo.  

Como o polegar tem um papel fundamental nas funções de pinça, preensão e manipulação de objetos, qualquer alteração em sua forma pode impactar significativamente o uso da mão no dia a dia da criança. 

Quais são as causas da hipoplasia do polegar? 

Na maioria dos casos, a hipoplasia do polegar é causada por alterações genéticas ou por condições que interferem no desenvolvimento embrionário das extremidades.  

Ela pode ocorrer isoladamente ou estar associada a síndromes genéticas mais complexas, como a síndrome de Holt-Oram ou a síndrome de VACTERL. Não há, geralmente, um fator externo direto que cause essa patologia e também não costuma estar relacionada a intercorrências durante a gestação. 

Figura: Polegar hipoplásico com insuficiência ligamentar. 

Figura: Polegar hipoplásico balante. 

Figura: Raio-x de um polegar hipoplásico com instabilidade óssea.  

Saiba como identificar a hipoplasia do polegar em bebês 

A hipoplasia costuma ser percebida logo após o nascimento, com observação direta da mão do bebê. Sinais comuns incluem:  

  • um polegar menor que o normal; 
  • menos mobilidade; 
  • posição anormal;  
  • em casos mais graves, a ausência total do dedo.  

Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio de exames de imagem como o ultrassom morfológico. 

A confirmação do diagnóstico e a avaliação da gravidade são feitas por um médico especialista em cirurgia de mão, através de exame clínico detalhado e exames de imagem complementares, como radiografias. 

Quais os graus da hipoplasia do polegar e o que significam? 

A hipoplasia do polegar é classificada em cinco graus, do mais leve ao mais grave: 

  1. Grau I: polegar ligeiramente menor, mas com estrutura e função quase normais; 
  1. Grau II: músculos e tendões subdesenvolvidos, com certa instabilidade na articulação; 
  1. Grau III: instabilidade importante da articulação, ausência de músculos essenciais e dificuldade para movimento. Pode haver comprometimento articular da base do polegar ou não. 
  1. Grau IV: ausência quase completa das estruturas internas do polegar, o que compromete severamente sua função. Polegar balante. 
  1. Grau V: ausência total do polegar. 

Cada grau exige uma abordagem diferente, que vai desde o acompanhamento clínico e reabilitação, até procedimentos cirúrgicos mais complexos. 

Quando a cirurgia é indicada e como ela é feita? 

A intervenção cirúrgica vai depender do grau da hipoplasia. Nos casos mais leves, pode ser suficiente o acompanhamento com reabilitação e orientação familiar. Já nos casos mais graves geralmente indicamos a cirurgia para garantir que a criança possa desenvolver ao máximo as funções da mão. 

Um dos procedimentos mais comuns é a policização, em que o dedo indicador é transformado em um novo polegar, funcional e com boa estética.  

Em outros casos, fazemos reconstruções com tendões e ligamentos ou transferências musculares, dependendo do que a criança já possui de estrutura anatômica.  

A idade ideal para realizar esses procedimentos costuma variar entre 12 meses e 2 anos, quando a criança ainda está em fase ativa de desenvolvimento motor. 

Figura. Policização. 

A importância do acompanhamento médico e da reabilitação após o tratamento 

Depois da cirurgia, é comum que a criança precise de terapia de mão especializada para reaprender movimentos e fortalecer os músculos da mão. O acompanhamento com o especialista em cirurgia de mão também é fundamental para avaliar o desenvolvimento funcional ao longo dos anos e propor eventuais ajustes, se necessário. 

Além disso, a escuta atenta aos pais e cuidadores, junto com a orientação adequada sobre as expectativas do tratamento, é fundamental para o sucesso do processo. 

Também é importante lembrar que o processo de reabilitação não acontece apenas dentro do consultório ou nas sessões de terapia ocupacional. Os estímulos diários em casa, o incentivo ao uso da mão operada e o apoio emocional oferecido pela família fazem toda a diferença na evolução funcional da criança. O envolvimento ativo dos responsáveis, ajuda a tornar a recuperação mais eficaz e simples para a criança. 

Procure um especialista que realmente possa te ajudar 

A hipoplasia do polegar é uma patoligia rara e delicada que exige conhecimento técnico, experiência em cirurgia de mão pediátrica e uma abordagem centrada na criança e na família. 

Se você recebeu esse diagnóstico ou está com dúvidas sobre a mão do seu filho, agende uma consulta comigo. Vou analisar o caso com cuidado, tirar todas as suas dúvidas e, juntos, podemos decidir a melhor conduta para garantir à criança o melhor desenvolvimento funcional possível. 

Estou à disposição para te ajudar com profissionalismo, empatia e responsabilidade! 

Revisão médica: Dr. Erick Yoshio Wataya​

CRM SP 156728 | TEOT 15213
Médico ortopedista especialista em cirurgia de mão e microcirurgia

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